Finalmente o dia da trilha chegou. Apesar de iniciante, você está muito ansioso para fazer essa trilha de 5 horas através de uma floresta com paisagens exuberantes, em uma região vizinha à sua cidade. Após arrumar tudo o que precisaria em sua mochila, parte em direção à entrada da trilha e começa sua jornada. Entretanto, após algumas horas, nota algo estranho. Ainda não alcançou o objetivo final. Como, após mais de 5 horas, você ainda não estava vendo nem sinal da cidade? A resposta é só uma: você está perdido! E, para piorar, está anoitecendo. É nesse momento que decide pegar sua pequena lanterna e seguir sua jornada só com essa pequena luz.
Mesmo a lanterna sendo simples e limitada, em meio à completa escuridão em que estava, ainda era seu único instrumento de orientação para chegar à cidade de destino. A lanterna não é o seu objetivo; é apenas um meio que lhe ajudará a alcançar a luz maior da cidade de chegada. E, finalmente, já por volta da meia-noite, você enxerga uma pequena luz ao fundo, que vai aumentando à medida que você caminha na direção dela. Quanto mais próximo, seu caminho, que antes era iluminado apenas pela pequena lanterna, agora é confirmado pela intensa luz da cidade no fim da trilha. Tudo faz sentido agora!
E se a ciência, como prática de pesquisa, for como uma luz que, em meio às trevas de um mundo desconhecido e incerto, serve como indicativo de algo maior, mais luminoso, e que preencherá a vida de significado?
Desde sua origem, a pesquisa científica tem como objetivo primordial compreender a realidade ao seu redor. Tal objetivo tem sido realizado com bastante êxito ao compararmos o conhecimento que possuímos nas diversas áreas científicas e como ele resulta na melhoria da vida humana. Porém, há algo que parece estar além do escopo científico: a determinação de um significado para a realidade. Por mais que tentemos, os métodos científicos não conseguem dar uma resposta para o porquê e o propósito de nossa existência. Isso se dá especialmente porque sua luz, apesar de eficiente, ilumina somente uma perspectiva da realidade.
Portanto, mesmo com todo o seu poder explicativo, a jornada científica não produziu uma explicação sobre o significado e propósito da realidade. E isso não é um problema do método, mas da natureza da pesquisa científica. A própria natureza do método científico não abarca as diversas perspectivas da existência como um todo. Então, o que faremos? Ficamos às cegas, só com uma lanterna (a ciência humana) em meio a essa trilha complexa e incerta da existência, tateando, com pouca luz, algumas pistas ao redor, a fim de encontrar o caminho?
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Quando me perguntam o que, para mim, há de mais fascinante na Física, minha resposta é fácil e rápida: “O seu objetivo primário!”. E qual seria? Encontrar as Leis que regem o comportamento da natureza. Este é o “santo graal” da Física, e o que mais me atrai nela.
Pensar sobre a realidade com rigor e métodos precisos o suficiente para nos permitir vislumbrar a maneira como o universo funciona é profundamente estimulante para mim. Entretanto, uma pergunta que poucas vezes vejo ser feita é “Como essas leis foram formadas?” ou, de outra forma, “Como vieram a existir?”. Estamos sempre dispostos a questionar como a matéria e a energia surgiram, mas não perguntamos como as leis, sobre as quais nos fundamentamos para investigar a origem daquelas, passaram a existir.
Como exemplo, pensemos sobre a lei da gravidade. Hoje, expressa matematicamente pela Teoria da Relatividade Geral, esta interação descreve como os corpos do universo afetam uns aos outros. A partir desta lei, a cosmologia pôde afirmar que o tempo e o espaço tiveram um começo através do modelo do Big Bang, mas não há qualquer mecanismo, ou proposta de mecanismo, para explicar como tal lei emergiria da natureza.
Dessa constatação, poderíamos pensar em algumas implicações. A principal delas é que, antes de afirmar que somos capazes de explicar como o universo veio a existir do nada, e de maneira natural, precisamos saber como as leis físicas que usamos para explicar essa origem vieram a existir nesse “NADA”. Não podemos sequer, como muitos fazem ao tratar da origem do universo, usar o conceito de vácuo quântico, no qual existem flutuações quânticas de energia a partir das quais partículas possam ser formadas, pois este processo somente pode ser descrito por leis físicas pré-existentes, cuja origem não foi explicada.
Além de precisarmos incluir, em nossa formulação sobre uma causa naturalista para o universo, a origem das leis que usamos, é importante que o mecanismo sugerido traga consigo a explicação de como uma condição caótica, sem leis ou propriedades, poderia ser formadora de leis matemáticas tão precisas como a lei da gravidade.
Por outro lado, explicar a existência de leis como resultante de uma ação intencional primordial, oriunda de uma mente que já possui em si a complexidade necessária para a formulação de tais leis da natureza, é não apenas possível, mas provável, frente à realidade observada. Portanto, a crença em um Deus criador e legislador é a melhor resposta para entender a origem de Leis “Naturais”, e traz consigo tanto a motivação para a investigação de tais leis como a legitimidade de nossa capacidade em compreendê-las, pois ambos, os seres humanos e as leis, são originários da mesma inteligência: o Deus criador!
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Eu confesso que até hoje não entendo como essa “fake News” sobre uma suposta oposição entre ciência e religião se entranhou tanto na mente da sociedade moderna.
Para mim, o que o Dr. Bragg fala é uma verdade muito cristalina.
Ciência e religião são perspectivas diferentes de uma realidade única, onde o mesmo Ser superior, inteligente e amoroso, criou tanto o homem, quanto a natureza, o que explica a ciência. E esse mesmo Ser quer se relacionar conosco, o que explica a religião.
Portanto, todas as coisas se complementam em Deus. De forma que ciência e religião são maneiras diferentes de nos relacionarmos com Ele. E essa relação enche nossas vidas de significado, sentido e propósito.
Por essa razão, devemos parar de aceitar essa pretensa oposição entre ciência e religião e desfrutar a contemplação de Deus que ambas nos proporcionam.
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É impressionante que esse senhor tenha tamanha convicção quanto sua fé em Deus. Isso, porque alguns, quando ascendem na carreira científica tendem a achar que precisam abandonar sua jornada de fé, e outros, após grandes perdas pessoais acabam por abandonar qualquer confiança que possuíam em um Deus que ama e cuida. Max Planck experimentou os dois episódios, mas nunca abandonou a Deus.
Primeiramente, Planck se tornou um dos grandes nomes da história da ciência ao lançar os fundamentos da, hoje famosa, física quântica, ao propor que a energia é quantizada em pequenos pacotes indivisíveis chamados de quantum. Desde então virou uma figura lendária com o respeito e a reverência de toda comunidade científica. Por outro lado, Planck recebeu um golpe da vida ao perder seu filho no front da segunda guerra mundial. Esta perda quase lhe tirou a vida, mas o deixou abalado até sua morte.
Mesmo vivendo tais experiências, Planck nunca abandonou sua fé em Deus, bem representada por essa frase. Nela vemos uma declaração poderosa de que o Senhor é tudo, seja na religião que dá sentido e direção para nossas vidas, até na pesquisa científica que explora as propriedades regulares e inteligentes sob as quais a natureza funciona e sacia nossa sede de saber.
E você, consegue, como Planck, ver Deus em tudo? Tente e sinta a felicidade de viver uma vida mais plena e feliz.
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A pesquisa científica nos permitiu ver muito mais além do que o senso comum nos possibilitava. Melhoramos nossa condição de existência, ampliamos nossa compreensão das leis da natureza e nos tornamos habilitados a manipular diversas propriedades da natureza.
Entretanto, isso não significa que o método científico seja capaz de explicar tudo, para tanto, podemos citar o mistério da nossa própria existência. Não apenas o mistério de o porquê sermos como somos, mas o porquê de, em algum momento o nada passar a ser tudo.
Afirmar que foi apenas uma questão de casualidade não explica nada, pois uma mudança de estado tão profunda quanto essa requer mais do que uma mera questão probabilística. Nesse ponto é que a melhor resposta seria a intencionalidade do Criador. Deus é aquele que ESCOLHEU nos criar, que ESCOLHEU criar seres que não gerariam nada a Ele, até mesmo porque Ele é completo, mas que permitiram que Ele exercesse seu amor e cuidado, algo inerente ao são caráter. Em resumo a ciência é uma dádiva, mas o método científico não será capaz de revelar que existimos pelo Amor e para amar.
Por isso Jesus nos disse: ” ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Mateus 22:36-40
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Reflexões de um especialista e doutor em cosmologia sobre a relação do modelo chamado Big Bang e aspectos bíblicos.
Quando a questão é a origem de tudo, o interesse é generalizado. Isso se deve porque a pergunta: “de onde viemos?” permeia a mente de todos, indistintamente. Contudo, algo interessante a se pensar é que até o início do século passado a visão acadêmica possuía um consenso de que o cosmo não teve uma origem, mas era eterno e imutável.
Foi somente com o desenvolvimento de técnicas especiais da astronomia e a formulação de uma das mais bem sucedidas teorias da física é que foi desenvolvido um modelo para a origem e evolução do universo. Devido à relevância dessa questão, a filosofia e a religião, especialmente o cristianismo, foram profundamente impactadas por essa mudança de paradigma. E, por isso, o presente artigo propõe trazer alguns esclarecimentos e reflexões sobre o Big Bang e sua relação com a fé cristã.
Modelo explicado
A formulação do modelo do Big Bang ocorre por dois caminhos distintos que vão convergir no futuro. O primeiro deles é o técnico/observacional. E que começa com uma descoberta de Vestor Slipher (1875-1969), em 1912. Sua conclusão foi a de que, analisando a luz emitida por um objeto luminoso do céu, podemos descobrir se ele está se afastando ou se aproximando de nós; e com qual velocidade, o que permitiria saber a velocidade radial das galáxias, estruturas gravitacionais que reúnem milhões a trilhões de estrelas, junto a gás e poeira.
No mesmo ano, Henrietta Leavitt (1868-1921) propõe usar a medição da variação do brilho de estrelas especiais, chamadas cefeidas, para estimar sua luminosidade intrínseca. E, desta forma, ao comparar essa com a luminosidade observada, era possível medir a distância da estrela até nós. Estava construído o caminho da técnica observacional necessário para expandir nossa exploração do cosmo.
Do ponto de vista teórico, no ano de 1916 Einstein (1879-1955) descobre uma lei física que descreve a gravidade como uma deformação no tecido do espaço-tempo, o espaço de quatro dimensões formado pelas três dimensões do espaço e uma do tempo, a Teoria da Relatividade Geral (TRG). Apesar de ser algo contraintuitivo, é uma das teorias mais bem testadas já formuladas pelo homem. Até o sistema do GPS dos celulares faz uso dessa teoria. E, nos últimos anos, dois prêmios Nobel foram dados para a confirmação de previsões da TRG; um para a detecção de ondas gravitacionais e outro para a previsão da existência dos buracos negros.
Importância da Teoria da Relatividade Geral
A importância fundamental da TRG para o Big Bang é que ela aplica os postulados da Teoria da Relatividade Especial, proposta em 1905, à gravidade, se fundamentando em uma única equação em quatro dimensões, chamada equação de campo de Einstein. Foi por meio da aplicação da TRG e dos princípios da termodinâmica ao Universo como um todo que o padre George Lemaítre (1894-1966) propôs, em 1927, que o universo poderia não ser imutável. Segundo ele, o universo pode estar em um processo de expansão, sendo o ponto de partida uma condição infinitamente densa de energia. Portanto, o universo não era eterno, mas houve um momento em que tudo começou, e o tudo aqui é tudo mesmo, não só a matéria que o compõe, mas o próprio tempo e o espaço tiveram uma origem. Essa foi a proposta teórica do modelo do Big Bang.
Até aqui não havia na comunidade científica qualquer indício de que esse modelo fosse verdadeiro. Isso só ocorreu quando o famoso astrônomo Edwin Hubble (1889-1953) mediu a velocidade e a posição de 24 galáxias em relação a Terra, usando as técnicas do Slipher e da Leavitt; então ficou comprovado que o nosso universo não era uma entidade estática, mas estava em expansão. E tampouco era eterno, pois se voltássemos a expansão para trás haveria um momento inicial. Tal medida foi a primeira comprovação observacional deste modelo para evolução do cosmo. E é importante ressaltar que os trabalhos de Lemaítre não eram conhecidos por Hubble e, portanto, não o influenciaram em suas conclusões.
Lições sobre o Big Bang
Nesse ponto, podemos obter algumas lições sobre o Big Bang. Em primeiro lugar, não foi um modelo criado por uma mente imaginativa, mas é a aplicação da sólida TRG, pois advém da solução das equações de Einstein. Em segundo lugar, o modelo foi confirmado a partir de observações concretas, posteriormente reafirmadas por outras observações mais precisas. Além disso, esse modelo não foi motivado por interesses ideológicos ou como justificativa para uma visão pré-existente; pelo contrário, surgiu em conflito com a visão de mundo vigente no mundo científico de que o universo era eterno.
Quanto ao aspecto religioso, um fato interessante é que os primeiros opositores ao modelo do Big Bang eram ateus que não suportavam a ideia de um modelo científico que apontasse para a origem do Universo. E aqui o uso de “apontar” é justificado pelo fato dessa proposta não explicar como o universo se originou, mas indicar que houve um momento em que o tempo e o espaço, junto com tudo o que neles há, veio a existir.
Para seus críticos, esse modelo possuía um claro viés religioso. O que não é verdade, pois sua formulação estava fincada na matemática, na física e nas observações. Tal desconfiança, no entanto, foi superada após diversas previsões de modelos, que tinham o Big Bang como plano de fundo, serem confirmadas pelas observações.
A primeira observação confirmando previsões relativas ao Big Bang veio quando o eco energético liberado após o Big Bang, chamado de Radiação Cósmica de Fundo (RCF), foi detectado por Arno Penzias e Robert Wilson em 1965. Essa mesma radiação, quando medida com melhores instrumentos, apresentou variações da média que eram necessárias para explicar por que o Universo possui regiões mais densas que outras, exatamente como esperado caso o modelo do Big Bang fosse correto.
Outra observação que deu mais suporte a esse modelo foi a constatação de que a quantidade de hélio medida no universo não poderia ser produzida apenas no núcleo das estrelas, mas precisava ser formada nos momentos iniciais de expansão. E mais recentemente, foi observado que existe uma distância na distribuição estatística de matéria no espaço em que a densidade é maior que a média o que é explicado pelas oscilações de pressão ocorridas no plasma inicial. Em resumo, todas essas observações demonstram que o modelo do Big Bang é fruto de um sólido desenvolvimento teórico amparado por uma grande quantidade de dados observacionais.
Debate no meio cristão
Hoje em dia tem havido um forte debate no meio cristão sobre esse modelo para a evolução do cosmo. Curiosamente, as críticas atuais provêm de cristãos, que a acusam de ser um modelo que exclui Deus, quando no início foi criticada por ser uma proposta que trazia um viés cristão para a ciência. Mas muito do que se tem falado pode ser fruto de equívocos tanto sobre o Big Bang como sobre a própria interpretação do texto bíblico.
Algo importante a ressaltar é que o atual debate cristão envolvendo o Big Bang parece desconsiderar alguns pontos essenciais. Primeiro, esse modelo não trata sobre a formação de estruturas no universo, assim, se fotos recentes indicam galáxias já formadas em um tempo em que não deveria haver, isso requer uma revisão não do Big Bang, mas do modelo de formação de estruturas.
O que o modelo para origem do cosmo faz é indicar que houve uma origem e não propõe que a causa para origem seja algo puramente material e, portanto, sem a necessidade de Deus. Outro equívoco muito comum é o de tratar o modelo do Big Bang como algo comparável à teoria da evolução. Tal visão é rapidamente corrigida quando compreendemos que esse modelo é fruto da aplicação direta de uma teoria extremamente bem testada e de observações criteriosas de suas previsões matemáticas. Dessa forma, é uma metodologia bem diferente daquela aplicada em relação à formulação da proposta de evolução.
Do ponto de vista de uma possível contradição com o Gênesis, é importante que antes de tudo tenhamos condições de responder à pergunta: Sobre o que o Gênesis trata? Da criação do Universo ou da criação da Terra? O que os outros textos bíblicos parecem indicar sobre o Universo ter ou não a mesma idade da Terra? Após essas questões serem respondidas podemos ter condições de avaliar o que um modelo robusto e que já suportou tantos testes tem ou não de contradição com a fé cristã.
Esse tipo de disputa não é uma novidade. Já ocorreu quando Galileu Galilei (1564-1642) observou que outros corpos não giravam em torno a Terra, muitos cristãos criticaram essa declaração. Na época, interpretavam que a Bíblia garantia que a Terra era o centro do universo em torno da qual todos deveriam girar. Mas, hoje, sabemos como o sistema solar funciona e sabemos que ocorria uma interpretação equivocada dos textos bíblicos.
É bem verdade que o processo inverso também pode acontecer, pois em alguns casos a Bíblia nos indicou um caminho diferente daquele proposto pela pesquisa acadêmica da época. Então, como resolver cada caso? É preciso entender que o modelo do Big Bang, portanto, pelo menos da forma como foi concebido, não representa nenhum tipo de afronta à explicação bíblica da origem da vida neste mundo. O fiel que aceita a Bíblia como Palavra de Deus deve sempre buscar uma interpretação bíblica coerente e considerar, também, as informações que recebemos da realidade física, pois Deus é o criador de ambas as fontes de conhecimento.
Rafael Christ Lopesé doutor em cosmologia e professor no Instituto Federal do Maranhão.
Referências:
Dodelson, Scott. Modern cosmology. Londres, Elsevier Science, 2003.
Heeren, Fred. Mostre-me Deus. Brasil, Clio Editora, 2009.
Para um homem que criou o cálculo; descreveu uma lei da Física de uma abrangência que se estende desde a superfície da Terra até ao movimento dos astros no cosmo; construiu, quase que sozinho, os princípios da mecânica que permitiram-nos compreender o comportamento de vários sistemas e se tornou a base para o desenvolvimento de toda ciência moderna; sua maior descoberta foi que o Universo inteiro era fruto de um plano proposital e inteligente.
Por que Isaac Newton descreve essa conclusão como sua maior e última descoberta? A meu ver, por uma única razão: Não há conhecimento mais importante do que reconhecer que Deus é o criador. E isso se dá porque tal constatação faz tudo o mais fazer sentido. Nossa existência passa a ter sentido, porque para sermos quem somos e desejarmos o que desejamos somente pode ser explicado como fruto de uma criação onde o criador criou seres que refletem sua inteligência. Outra propriedade que passa a ter sentido é o fato de a natureza ser compreensível por seres como nós, pois ambos são criados pelo mesmo criador e refletem sua inteligência.
O que mais me surpreende é que esse processo de descobrir as marcas de um criador na natureza não é unânime entre os pesquisadores. Como pode, alguém testemunhar, com o avanço da pesquisa científica, as propriedades matemáticas intricadas que a natureza obedece e supor que não haja uma origem intencional e inteligente? Isso sim, é surpreendente! Minha expectativa para você que está lendo esse texto é que faça a mesma descoberta de Isaac Newton e constate que há um criador e que Ele tem profundo interesse em conversar com você (Is 1:18).
Muitos me perguntam se quando eu entrei para a ciência minha fé foi provada, ou abalada. Mas, de certa forma, essa era uma pergunta que sempre me causou certa estranheza, pois minha experiência foi exatamente contrária àquelas supostas pela pergunta. Isso se deveu especialmente porque quanto mais eu adentrava no mundo da física e das propriedades matemáticas atreladas a natureza, mais um senso de inteligência, padrão e propósito naquilo que estudava eclodia em minha mente. E como resultado, criou um senso de admiração e contemplação que me gerava um profundo prazer.
A ciência, em vez de provar que Deus não existia, ao explicar como a natureza funcionava, se tornou para mim uma declaração explícita e inegável do amor e sabedoria de Deus. Estudar a física e a matemática era como contemplar os pensamentos de Deus de uma forma mais profunda e íntima. Por isso, quando lia sobre previsões que a ciência fazia e eram confirmadas pela experiência ou observação, eu ficava em um verdadeiro êxtase mental e espiritual, porque isso significava que estávamos no caminho correto quanto a ler a mensagem deixada por Deus em sua obra criada.
É por essa razão que o testemunho de um prêmio nobel de Física, Isaac Rabi, não me surpreende. Tal como aconteceu com ele, a Física me aproximou de Deus. Mas algo sim me surpreende, o cerceamento da liberdade de pensamento que a academia muitas vezes promove. Se tem alguma dúvida quanto a isso, eu te perguntaria o que aconteceria se, hoje, você fizesse aos seus alunos a pergunta que o Rabi fazia aos dele: “Isso o aproximará de Deus?” ? O que acha que poderia acontecer a você? Um processo administrativo por estar promovendo uma visão de mundo religiosa?
Caro leitor, não se deixe levar por esses discursos que reprimem sua forma espiritual de ver a realidade. Isso não necessariamente será um empecilho para fazer ciência, muito pelo contrário, pode ser sua maior motivação e a ciência se tornará um deleite em ler a mensagem de Deus.
Pouca gente sabe, mas a elegância e harmonia são parâmetros levados em consideração quando avaliamos teorias concorrentes na ciência. Por exemplo, em matemática, quando temos duas teorias explicando o mesmo fenômeno, mas uma possui um número menor de equações, e essas se resolvem de forma mais simples, acabamos por escolher essa última como a melhor teoria. Existe até um nome para esse princípio “Navalha de Ockhan”. Mas a pergunta fundamental é: Por que usar isso como princípio? Por que seres inteligentes intuem que a natureza precisa se expressar matematicamente de maneira harmônica, simples e elegante?
A convicção na simplicidade e harmonia presente na matemática foi a linha condutora para diversos desenvolvimentos científicos. Este foi princípio que motivou Kepler a buscar uma lei matemática para explicar o movimento dos planetas e inspirou Isaac Newton a encontrar uma expressão matemática para representar a lei da gravidade. O que tais exemplos, e muitos outros, nos dizem? Não seria essa uma clara evidência de inteligência subjacente na natureza? Seria um absurdo, ou o mais lógico, supor que uma mente inteligente, ao criar todo o universo, deixou sua marca através da elegância matemática tão facilmente observada no disco do girassol?
Esse é o momento que você não pode se deixar levar por preconceitos, mas apenas seguir o que a razão, a lógica e as evidências apontam. E talvez, somente talvez, se abrir para um novo mundo regido por um criador inteligente que te ama e fez esse lindo jardim, regido pela mais bela matemática, para você não apenas habitar, mas contemplar e decifrar! @cristianismoabsoluto
Uma vez, ao chegar a comida em um almoço com professores e colegas do grupo de pesquisa no mestrado, me posicionei para orar silenciosamente, foi quando alguém da mesa começou a fazer piadas zombando da atitude, naquele momento eu sorri e levei na esportiva. Entretanto, comportamentos como esses revelam o quanto a fé, ou a religião, é muitas vezes descrita como uma fraqueza. Algo que é nada mais que um resquício de um tempo primitivo da humanidade. Uma tentativa covarde de enfrentar a vida ao precisar de um amigo imaginário para se apoiar. E para dar suporte a esse posicionamento, utilizamos um argumento “crono-cognitivo” onde descrevemos a visão a respeito de um Deus como resultado de um pensamento primitivo construído no início da história humana reflexo do pouco desenvolvimento humano.
Em primeira perspectiva, até que o raciocínio anterior possui alguma validade. Entretanto, ao olharmos com mais cuidado percebemos que não há nada de simples em construir um conceito de divindade e aplicá-lo na explicação de fenômenos naturais, muito menos é simplório o pensamento de que essa divindade teria qualquer interesse em nós. E para ver isso, basta imaginar que a ideia de divindade foge completamente ao escopo da realidade imediata de qualquer ser humano. Dizendo de outra forma: Como a ideia de uma divindade, um criador e ainda que se interessa por nós poderia emergir de uma realidade puramente material e naturalista como era a dos povos primitivos?
A concepção de um ser superior é totalmente diferente de qualquer realidade experimentada pelo ser humano, especialmente um Deus como o descrito pela Bíblia, onisciente, onipotente, onipresente e ainda triúno. Seria como os índios do Brasil, na época do descobrimento, conceberem um deus que tivesse a forma e as propriedades de uma inteligência artificial. É uma construção que está além da imaginação de qualquer povo. Nem a ideia de Deus poderia ser concebida puramente a partir da natureza, por povos antigos. Não há como inventar Deus! A mera concepção de Deus é algo de extrema complexidade cujas propriedades estão além da mente humana.
Se Deus não é uma ideia concebível por seres primitivos por ser complexa demais, então deve ser anterior e independente do homem. Sendo isso verdade, não podemos tratar a fé e a religião como ecos de um tempo primitivo ou de pensamentos rudimentares. Antes, a experiência religiosa é uma verdade presente e necessária que a natureza humana clama por experimentar. Assim com o vencedor do prêmio nobel e um dos fundadores da moderna mecânica quântica observou, a verdade religiosa é algo que não podemos negar e muito menos zombar.