Uma das experiências mais singulares que vivi foi quando estive no Louvre em Paris, um dos museus mais famosos do mundo. Havia um grande grupo de pessoas esperando que as portas abrissem. Eu decidi apenas seguir a “manada” e ver onde iria dar. E foi o que fiz, os portões se abriram, e todos aceleraram os passos. Fiquei meio sem entender o comportamento quase uniforme do público, mas os segui. E depois de atravessarmos vários salões, chegamos em frente a um pequeno quadro, protegido por seguranças e atrás de uma grossa parede de vidro. Era a Monalisa, pintada por Leonardo da Vinci (1452-1519). Foi surpreendente ver que um quadro tão pequeno causasse esse frisson. Por que? A resposta vem logo que você para e contempla essa obra prima da criação humana. Um rosto simples, até comum, mas que esconde suas emoções de forma sutil, deixando o observador inquieto a perguntar se está ou não sorrindo!
Pois é, a Monalisa é um exemplo que demonstra a capacidade do ser humano em admirar, reproduzir e criar obras fenomenais. E isso não se restringe a arte, pois está por todos os lados. Por exemplo, a ciência é a mais evidente demonstração da capacidade humana de decifrar a natureza e ainda usá-la pra seu benefício. Mas a pergunta que quero fazer é: Por que? De onde vem essa habilidade tão singular de “compreender, buscar e fazer”, como observou Galileu? Quando, em uma proposta evolutiva, o ser chamado homem deixa de ser um mero animal e passar a ser capaz de tantos feitos?
Assim como já sabemos que vida não pode vir de algo não-vivo, parece-me evidente que criatividade, inteligência e curiosidade também não podem vir de algo que já não as possua. A pesquisa científica não tem essa resposta, apenas hipóteses que carecem do mínimo de comprovação para chegar ao status de teoria científica.
Por outro lado, a fé cristã mais uma vez se sobressai ao apresentar o ser humano como uma obra singular feita pelas mãos de um Ser criativo, inteligente, admirador da beleza e que criou o homem conforme sua imagem e semelhança (Gn 1:26).
Dessa forma, nossa natureza é perfeitamente explicada como um reflexo dos atributos do nosso Deus.