O fato curioso, notado pelo nanocientista James M. Tour, é que estamos o tempo todo fazendo um esforço intelectual tremendo para reproduzir as propriedades presentes na natureza, desde a construção de simples moléculas até sistemas nano robóticos para fazerem o trabalho que ocorre na natureza de forma espontânea. E após esse esforço, defendemos que no caso da máquina natural a origem foi algo não inteligente.
Esse exemplo simples ilustra algo mais profundo acerca da pesquisa científica. Todo o empreendimento científico é bem caracterizado pela busca da compreensão dos mecanismos intrínsecos da natureza, ou seja, é uma busca por descobrir quais leis regem o âmago do cosmo. Mas toda essa terminologia perde o sentido se partimos do pressuposto de que não há uma inteligência, um código, inerente à realidade. Seria como tentar ler um livro produzido pela explosão de uma gráfica. Não faria sentido esperar que esse livro contivesse algo inteligível.
Dessa maneira, uma pesquisa científica que visa encontrar a forma de funcionamento da natureza precisa partir do princípio de que essa natureza possui um código inteligente, e mais, é preciso assumir que somos capazes de decifrar tal código. Portanto, a questão que não quer calar é: Qual visão de mundo traz consigo uma forma de interpretar a realidade que tanto faça a ciência ter sentido como coerência interna?
A história da ciência já tem como fato que a ciência se desenvolveu na Europa cristianizada pela forma peculiar que cristianismo tem de olhar para a natureza como uma obra de um ser inteligente e bom. Dessa forma, a pesquisa científica não é apenas um meio de saciar a curiosidade ou melhorar as condições de vida, mas uma maneira de ler a mente Deus, e com isso conhecê-lo mais.
Curioso né? A ciência, dependendo de como é vista não nos afasta de Deus, pelo contrário, ganha um profundo significado e motivação quando considerada a partir da visão cristã. Então, daqui em diante, não a veja como algo a te afastar de Deus, essa é apenas mais uma fake news (expressão da moda) que te contaram, e sim como uma forma de você ler a mente de Deus como escrita na obra de arte que é a natureza.