Arthur Compton reflete sobre como a investigação da natureza e o resultante estabelecimento de leis nos aproxima, ao contrário de afastar, da fé na existência de uma inteligência suprema.
Daí compreender a ciência como uma revelação da existência de Deus, e não o contrário.
Para quem achava que Einstein era ateu ou defendia o panteísmo de Spinoza veja que o mesmo era contrário a essa visão, mesmo que não defendesse um deus personificado.
Max Jammer, autor do livro Einstein e a religião; física e teologia, observa que:
“Einstein sempre protestou contra o fato de ser visto como ateísta. Em uma conversa com o príncipe Hubertus de Lowenstein, ele declarou que ficava zangado com pessoas que não acreditavam em Deus e o citavam para corroborar suas idéias. Einstein repudiou o ateísmo porque nunca viu sua negação de um deus personificado como uma negação de Deus”
Ainda, segundo Max Jammer, Einstein sustentava que Deus se manifesta “nas leis do universo como um espírito infinitamente superior ao espírito do homem, diante do qual nós, com nossos modestos poderes, devemos nos sentir humildes”.
Quando entendemos que a ciência moderna é o resultado de pessoas que compreendiam a realidade como um único objeto oriundo das mãos de um criador inteligente, entendemos que a religião e a ciência não podem ser opostas, mas complementares em nossa jornada de descobrimento da verdade!
Quando enxergamos o que a ciência verdadeiramente faz ao decifrar as leis profundas da natureza, não sobra nada mais do que entender que ela é uma revelação da grandeza das obras divinas.
Todo o produto de uma vida intelectual é direcionado para a glória de Deus. Nada desse trabalho pode ser considerado como algo para valorização própria, pois isso contraria o princípio de amor a Deus com toda nossa mente.
Uma vida intelectual para a glória de Deus é o mais puro resultado de uma vida que ama a Deus com toda sua força e com toda sua mente.
Na cultura hebraica, conhecer é mais que saber sobre, é experimentar. Quando experimentamos profundamente algo, ou seja, quando o conhecemos verdadeiramente adquirimos uma intimidade com o alvo de nosso conhecimento. Não há como não ser transformado segundo a semelhança do objeto conhecido. Se essa transformação não está ocorrendo, é por que não estamos conhecendo verdadeiramente.
O desenvolvemento da mente através de um uso rigoroso e cuidadoso da razão é mais que um privilégio, é uma responsabilidade com aquilo que Deus nos fez. Não abandonemos essa prática para seguirmos o comportamento de massa da sociedade que desestimula o uso da razão e enfatiza o estímulo da sensações.
A falta de uma mente evangélica significa a falta de uma forma de pensar e interpretar a realidade que seja fundamentada na verdade cristã.
Essa falta de uma mente evangélica é estimulada pelo cristianismo cada vez mais fundamentado na produção de sensações e êxtases e menos baseado no estudo da palavra.
Hoje Deus é algo que se sente, apenas, e não mais sobre o que pensamos e refletimos.
Ele respondeu: ” ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Lc 10:27