Poema: Conta e Tempo (por Frei António das Chagas)

Conta e Tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo…

Frei António das Chagas, in ‘Antologia Poética’

Publicado por

Rafael Christ Lopes

Cristão, professor de Física com doutorado em cosmologia, leitor de filosofia, teologia, filosofia e história da ciência, e agora iniciando na neurociência. Alguém que entende o cristianismo como a Verdade Absoluta que permite compreender e lidar com todas as questões importantes que nos cercam.

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