Um ser infinito e perfeito!

Apesar de saber que o Deus defendido por Spinoza não é alguém tal como descrito no texto sagrado do cristianismo, podemos nos inspirar em sua citação e realizar uma pergunta: Até que ponto podemos ter certeza sobre a realidade ao nosso redor?

Se partirmos do princípio que somos apenas criaturas encerradas em seus sentidos, tudo o que podemos alcançar da realidade é aquilo que podemos sentir, tocar e ver. Ou seja, não podemos ir além dos cinco sentidos. De forma, que o toque com a realidade é intermediado por sensações cerebrais. Sendo assim, a certeza é resultado daquilo que “enxergamos” através dos sentidos. E se o que os sentidos nos mostram for apenas uma mera ilusão? E se for uma projeção criada para nos fazer supor a existência de uma realidade externa? Pois é, a princípio, não poderíamos responder essa pergunta de forma absoluta, pois somos seres criados, limitados pelo tempo e espaço.

Mesmo encarcerados pelo tempo e espaço, há algo que podemos inferir: Há um sentido na realidade de nossa existência. Quando falo em sentido, digo que a realidade é construída em cima de parâmetros lógicos e racionais. Estes são explicitamente descritos através das leis que regem o comportamento da realidade. E é essa existência de um sentido que garante a realidade de algo mais profundo e que dá a significação para tudo o que enxergamos. Tal sentido só pode ser explicado dentro do contexto de uma inteligência capaz de planejar e produzir toda a realidade. Daí podermos inferir que, apesar de não estar ao nosso alcance afirmar categoricamente a existência da realidade ao nosso redor, de forma que tudo poderia ser um sonho ou uma alucinação, podemos chegar a maior e mais essencial de todas as certezas, aquela que dá significado a tudo o mais: A existência do Deus, infinito e perfeito!

Bom, o passo seguinte após a certeza da existência de Deus é fazer a pergunta: O que eu farei agora?

A única visão consistente!

Explicar a existência de seres inteligentes e de uma natureza inteligível é mais plausível através de um ato divino, como propõe o prêmio Nobel de medicina. E a prova disso é que toda a existência é permeada pelo senso do sagrado, da existência de um Ser superior que se manifesta tanto em nosso anseio por Ele como em suas assinaturas presentes na natureza.

Na história humana não é a visão teísta um fato estranho, pelo contrário, diversas culturas apresentam esse senso do divino. Mas sim, a crença na não existência de um ser superior é um comportamento anômalo na história humana. Podemos até tentar normalizar ou glamorizar o ateísmo, mas ele nunca foi ou será uma visão comum na sociedade. Na verdade, apesar de todo esforço feito para difundi-lo, é a fé no transcendental que continua crescendo.

Muitos argumentam que essa visão do divino é um resquício de nossa herança primitiva de um período onde não tínhamos a resposta para os fenômenos naturais que nos cercam e então apresentamos a solução mais simples: existe um ser superior que comanda e determina como a natureza deve se comportar. Entretanto, essa resposta, longe de ser simples, carrega em si uma alta complexidade, pois não é nada simplório, partindo de uma realidade puramente natural, propor a existência de um ser que não tem comparação com nenhum outro presente ao nosso redor. Um ser capaz de criar e manter toda a existência. Seria como uma formiga, tentar explicar a existência de uma pedra de açúcar através da imaginação de um ser como os seres humanos, mesmo que nunca houvesse tido contato com um antes.

Pois é, essa resposta é complexa advém tanto de nossa experiência externa, o contato com a natureza, bem como do profundo anseio da alma por um ser que nos atenda e guie diante do vasto universo. E como disse John Eccles: “Essa é a única visão consistente”

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Um mundo racional revela um Deus!

A racionalidade do mundo é observada aqui por um dos maiores lógicos que já existiu, Kurt Gödel (1906-1978). Um homem que obteve uma posição de destaque como um pensador profundo em uma época onde havia nomes como David Hilbert (1862-1943) e Albert Einstein (1879-1955), sendo este último um amigo e admirador de Gödel. Mas será que uma autoridade tão significativa da lógica errou ao declarar haver racionalidade inerente no mundo? E mais, além de identificar um mundo racional, ele atribui sua origem a uma mente suprema que o governa. Seriam então dois erros em um único pacote?

Para poder defender que a suposta racionalidade inerente ao mundo seja uma mera ilusão, teríamos que ser capazes de explicar o que o grande físico, matemático e vencedor do prêmio Nobel Eugene Wigner (1902-1995) chamou de “a inexplicável efetividade da matemática”. Ou seja, precisaríamos justificar como a matemática consegue, não apenas se encaixar nas leis naturais, mas brotar destas. Teríamos também que explicar como essa matemática pode ser “descoberta” por seres racionais como nós.

Pois é, o desafio de encaixar uma solução naturalista para essa exuberante harmonia racional presente na natureza é astronomicamente maior do que aceitar a resposta mais simples e lógica de todas: Alguém racional, criou um mundo racional e seres também racionais que podem compreendê-lo e se deleitar com a beleza da obra criada.

Que tal deixarmos de olhar para a natureza como céticos materialistas extremistas e passar enxergá-la como contempladores e admirados que desejam decifrar essa racionalidade inerente e compreender um pouco melhor a mente do seu magnífico Criador?

Intelecto para a glória de Deus!

Todo o produto de uma vida intelectual é direcionado para a glória de Deus. Nada desse trabalho pode ser considerado como algo para valorização própria, pois isso contraria o princípio de amor a Deus com toda nossa mente.

Uma vida intelectual para a glória de Deus é o mais puro resultado de uma vida que ama a Deus com toda sua força e com toda sua mente.

Falta de uma mente evangélica

A falta de uma mente evangélica significa a falta de uma forma de pensar e interpretar a realidade que seja fundamentada na verdade cristã.

Essa falta de uma mente evangélica é estimulada pelo cristianismo cada vez mais fundamentado na produção de sensações e êxtases e menos baseado no estudo da palavra.

Hoje Deus é algo que se sente, apenas, e não mais sobre o que pensamos e refletimos.

Ele respondeu: ” ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Lc 10:27

Um Deus que Pode, Sabe e Age!

Um dos pais do Cálculo, Leibniz, apresenta três características essenciais de Deus.
A primeira, o PODER. Deus PODE! Deus tem a capacidade de realizar o que quiser. E a compreensão desse fato precisa nos tornar mais submissos ao que as Sagradas Escrituras dizem. Se Deus diz que fez, Ele fez. E ponto. Não somos, pelo menos do ponto de vista bíblico, capazes de exaurir o conhecimento sobre Deus a ponto de limitar sua ação pelo que julgamos ser possível ou não, pois Ele PODE! E esse poder não é limitado em nada, que não apenas aos seus próprios atributos. Deus é o único que possui, de forma absoluta esse atributo. O que significa que Ele, absolutamente, PODE!

Leibniz apresenta outra característica inerente somente a Deus. Ele tem o CONHECIMENTO! Ou seja, Deus sabe. E isso é novamente algo que somente Deus pode ter. Todos os outros são criaturas, por isso estão sabendo. Ou seja, passam por um processo de aprendizado contínuo que mesmo a eternidade nunca vai exaurir. Já Deus, simplesmente sabe! Como Criador e como sustentador de toda realidade, inclusive do tempo, Deus conhece TODA a realidade. Você pode até supor que algo está além do conhecimento dEle, mas é uma mera ilusão. Portanto, quando Ele te ama, te ama como você é, com tudo o que é e com tudo o que irá ser. Mas Ele SABE o que você deve ser para seja verdadeiramente feliz. Não é você que sabe, pois é criatura, é Ele que SABE pois é o Criador!

E o último predicativo destacado por esse cientista cristão é o que ele chama de Vontade, ou seja, o seu interesse e ação. Deus, apesar de autossuficiente, age, criando e recriado. Para quê? Pelo princípio de melhor, segundo Leibniz, ou um princípio que outros poderiam chamar de Perfeição, pois um Deus perfeito busca o melhor. Mas eu prefiro algo mais pessoal: Deus tem a Vontade, porque ele Age, e Age por um princípio mais fundamental, o AMOR! Pois só o amor pode explicar o fato de um Ser completo e perfeito, portanto, um Ser que não precisa de NADA, escolher exercer sua vontade em criar outras criaturas inteligentes e livres na forma de pensar para que, com tal liberdade, poder desenvolver uma relação de AMOR com Aquele que PODE, SABE e AGE.

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O Ravi Zacharias(1946-2020) descansou

Muitas vezes achamos que a dor da perda será sentida de verdade apenas quando ocorre com os de perto, familiares ou amigos próximos. Mas há momentos em que sentimos o coração dilacerar quando, mesmo nunca as tendo encontrado, perdemos pessoas que admiramos e temos como inspiração. Hoje esse foi o caso, pois nesta data de 19/5/2020, o grande mensageiro do cristianismo Ravi Zacharias, palestrante, escritor e defensor da fé cristã, descansou no Senhor. Meu coração está esmagado pela dor. Esse homem sempre foi minha inspiração em sua forma inteligente e amorosa de falar de Jesus. Com sua inteligência sensível – creio ser a melhor expressão para ele -, sempre teve acesso a grandes centros acadêmicos, como Harvard e Oxford, falando do amor e da sabedoria de Deus.

Ravi nasceu na Índia e se converteu ao cristianismo na juventude. Emigrou para o Canadá e construiu uma carreira como mensageiro do cristianismo de uma forma inteligente, racional, mas ainda assim repleta de amor. Foi autor de vários livros, dentre os quais destaco o premiado Pode o Homem Viver ser Deus?, o primeiro que li e já me encantou, porque mescla de forma harmoniosa argumentos racionais a favor da fé cristã, sem perder o apelo à sensibilidade e ao coração. Ravi possuía um programa de rádio chamado “Let My People Think” (“Vamos pensar, meu povo”), transmitido a muitas partes do globo. Foi o fundador do Ministério Internacional Ravi Zacharias, que desenvolve evangelismo em todo o mundo. Mas, infelizmente hoje, aos 74 anos, vitimado por um câncer que fora anunciado apenas dois meses antes, Ravi descansou no Senhor.

É muito estranho sentir tanta dor pelo falecimento de alguém tão distante. Mas os livros e vídeos dele me fizeram sentir como se ele fosse meu mentor. Pois tudo o que eu imaginei ser como pregador do evangelho tinha Ravi Zacharias como referência. Já li C. S Lewis, William Craig, Nancy Pearcey, Francis Schaeffer e outros, mas o Ravi era meu referencial de mensageiro do evangelho. Minha dor é maior, talvez, porque no fundo eu ainda nutria a esperança de encontrá-lo e ter uma longa conversa. Portanto, minha oração a Deus é que eu possa glorificar a Deus e honrar esse grande homem, sendo ao menos uma unha do que foi Ravi Zacharias.

Sugestões de Leitura:

Pode o homem viver sem Deus?, Mundo Cristão, 1997

A morte da razão, Vida, 2011

Quem É Jesus?, Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2013

Pode o homem viver sem Deus?, Mundo Cristão, 1997

Jesus entre outros Deus, Vida Nova, 2018

Quem é o Eu Sou? 8 – Um Deus que põe ordem.

Resultado de imagem para organizar bagunça antes depoisVocê já sentiu o prazer de ordenar ou organizar algo? A princípio, quando olha o tamanho do caos que precisa ser ordenado, há certo desânimo. Por exemplo, no meu caso, ao fim de um semestre letivo, após aulas preparadas e projetos desenvolvidos, tanto meu escritório como meu computador precisam ser limpos e ordenados. No início eu resisto um pouco, mas ao finalizar a tarefa há um senso de satisfação e admiração do resultado que faz todo o trabalho valer a pena. Mas por que valorizamos a ordem? Por que estamos constantemente em busca de catalogar, organizar e ordenar locais, objetos e atividades? É verdade que a ordem promove a eficiência produtiva, mas creio que há uma beleza inerente na ordem que inspira e causa essa apreciação em todo o ser humano. Tal beleza parece também estar incutida na própria natureza humana que impulsiona o homem a buscar, identificar e valorizar a ordem. Além disso, a ordem inspira um senso de bem-estar e controle que nos motiva a seguir em frente. De onde viria essa necessidade e prazer pela ordem? O cristianismo apresenta uma visão que tanto explica a origem dessa característica humana como revela mais um aspecto interessante do caráter de Deus.

Segundo a Bíblia, somos a imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26), portanto, poderíamos presumir que nossa admiração e busca pela ordem possa ser um traço do caráter que compartilhamos com o criador do universo. Essa suposição encontra suporte bíblico em diversas passagens que descrevem as ações de Deus, especialmente em seu ato criativo. Ao descrever o estado primário da Terra antes de Deus começar a prepará-la para receber vida, o texto sagrado afirma que ela “estava sem forma e vazia” (Gn 1:2), um estado desordenado e sem propósito. Desse momento e pelos próximos 3 dias, Deus se dedica a preparar a Terra para ser preenchida com vida. No primeiro, Deus faz a Luz, no segundo, os oceanos e, no terceiro, a terra seca e as plantas. Podemos compreender que esses são espaços vazios a serem preenchidos. Os próximos três dias serão dedicados a criação dos seres que ocuparão esses espaços. No quarto dia, são criados o Sol, a Lua e as estrelas; no quinto, Deus preenche os oceanos com seres marinhos e os céus com pássaros;  e no sexto dia aparecem os animais e o homem. Sendo que o último dia, o sétimo, é criado com um único fim, já que nada fora criado nele, o de ser o dia para o homem se relacionar com seu amável e ordenado Deus.   Sem me ater a uma descrição pormenorizada do significado de cada um desses atos criativos, gostaria de ressaltar o caráter ordenador do criador ao trabalhar e organizar sua criação afim de que cada peça apareça encaixada em sem ambiente. Deus prepara o presente para receber o futuro.

Além da criação em geral, ao pensarmos sobre a criação do homem, observamos um Deus que põe ordem ao usar uma substância sem forma e fim, o pó da terra (o barro), para formar um ser racional e que reflita seu caráter (Gn 2:7). Esse é o maior milagre, a criação, a partir do caos, de um ser capaz de pensar, sentir, escolher, raciocinar e amar. Muitos anos depois, Deus, mais uma vez, demonstra seu caráter de ordenador ao resgatar um povo escravizado, sem identidade, sem amor próprio e embrutecidos pela pesada carga que carregava por cerca de 400 anos (leia essa história no livro de Êxodo), e os transforma em uma sociedade com um sofisticado sistema de adoração, leis sanitárias e civis. Tais ações apenas confirmam a declaração: “O domínio e o temor pertencem a Deus; ele impõe ordem nas alturas, que a ele pertencem.” (Jó 25:2).

Já em nossa era, Jesus revelou o caráter de um Deus ordenador de vidas ao reunir um grupo de homens rústicos, na maioria iletrados, sem propósito especial, além de viver e sustentar sua família, em líderes de um movimento tão ambicioso que pretendeu apresentar o poder, a misericórdia e o amor de Jesus ao mundo inteiro. Com esse feito, Jesus apresentou Deus como um ser capaz de transformar mais do que uma substância inanimada, mas como o reordenador de vidas inteligentes. Deus mostrou poder organizar a vida de seres autônomos e inteligentes com propósito e sentido!

Através da compreensão que Deus é um ser de ordem e que põe ordem, podemos reconhecer que ninguém melhor do que ele possui a potência de poder ordenar o caos em que muitas vezes vivemos. Sabe aquele momento que sua vida parece mais emaranhada do que o carretel de linha com que uma criança brinca? Ou quando você olha para si e se sente sem forma e vazio? É exatamente aí que Deus pode atuar com domínio de causa. Ele chega, organiza e dá vida ao que antes era trevas, caos e desordem. Portanto, até que o ser humano seja capaz de pegar um punhado de barro e tornar-lo um ser capaz de amar, sempre haverá um melhor candidato para ocupar a função de ordenador de vidas. Ele se chama Jesus!

Inspirado no livreto: “Fundamental Focus” produzido pelo ministério americano “Genesis Road” .

 

 

Quem é o Eu Sou? 7- Um Deus que não esquece, mas se esquece.

Imagem relacionadaVocê já parou para reconhecer a dádiva que é o esquecimento? Imagina o caos que seria caso pudéssemos lembrar de cada episódio que vivemos como se ele houvesse ocorrido há alguns momentos atrás. É verdade que isso nos permitiria desfrutar continuamente dos sentimentos felizes gerados na vivência de boas experiências, porém também precisaríamos conviver com a contínua lembrança das dores, angústias, frustrações e traumas que tivemos. Seria tanta dor a administrar que dificilmente conseguiríamos manter o equilíbrio suficiente para nos concentrar nas memórias agradáveis. Além disso, como seria possível estabelecer relacionamentos sendo obrigados a ter em sua mente, a vívida lembrança de cada decepção, traição e dor que tenham lhe causado. Como perdoar e sentir seu coração leve se a lembrança não pode ser atenuada ou até apagada com o tempo? Dificilmente você conseguiria desfrutar uma verdadeira paz em qualquer relacionamento. Porém, nós esquecemos! E desta forma podemos ser felizes ao viver e nos relacionar. Pois mesmo os maiores problemas e traumas podem ser perdoados e, se não esquecidos,  sua memória vai se desvanecendo com o tempo.

E Deus, será que ele se esquece? Para começar, pensemos o seguinte: Se afirmarmos que ele se esquece, significa dizer que há uma informação ou experiência que se tornou inacessível para a mente do Todo Poderoso, algo no mínimo contraditório. Pois como aquele que detêm o poder de criar todo o universo apenas com  suas palavras é incapaz de acessar uma informação contida em sua mente. Além disso, afirmar que Deus esquece implicaria em colocar o criador do tempo sujeito, ou limitado, por sua criação. Tal como ele mesmo se apresenta ao apóstolo João: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.“(Ap 22:13), Deus não é limitado pelo tempo. Portanto, Deus não apenas experimenta o presente, mas diante dele está o passado, o presente e o futuro em conjunto. Por essas razões, afirmar que Deus esquece vai de encontro a sua própria natureza e poder.

Pois bem, se Deus não esquece, como explicar sua declaração em: “Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados.” (Isaías 43:25). Para entender, é preciso lembrar o que significa esquecer. Esquecer, de forma direta, seria não ter acesso a uma memória. Contudo, se mesmo tendo acesso a tal memória, fôssemos capazes de agir como se tal informação não existisse, efetivamente seria como se houvéssemos esquecido. E com o efeito do tempo, tal memória , mesmo não nos afetando ainda, vai sendo esquecida até não ser mais lembrada. Entretanto, para um ser que é Todo Poderoso e não limitado pelo tempo, não há como esquecer. O ontem é hoje, e o amanhã é agora. Então, para Deus, esquecer significa ainda ter acesso a informação mas agir como se ela não existisse.  Mas do que ter acesso a informação, as experiências que Deus tem são continuamente vívidas, mas mesmo assim ele não as leva em consideração ao perdoar. Você consegue entender o que isso nos mostra a respeito do caráter de Deus?

Quando nós perdoamos, mesmo que ainda doa, com o tempo esqueceremos. Sendo assim, demonstramos o nosso amor ao nos dispor a não mais acessar a memória de uma experiência desagradável, e com a benção do esquecimento, poderemos em fim viver como se o trauma não houvesse ocorrido. Mas Deus, ao se esquecer, ainda tem a experiência nitidamente em sua mente, mas ela não tem qualquer efeito sobre ele, pois o seu amor por quem ele perdoa sobrepuja qualquer frustração e decepção que possa sofrer por ainda lembrar.

Esse reconhecimento leva a experiência de Jesus, ao deixar o trono do céu repleto de amor e felicidade e descer a um mundo cheio de egoísmo e dor, a outro nível de sacrifício. Pois como um Deus não pode se esquecer de fato, apenas de efeito. Cada dor e sofrimento vivido por Cristo nesta terra estará continuamente marcado em sua memória, mas não afetará o seu amor por cada ser vivo que salvou. Esse, com certeza, é um Deus com quem vale a pena se relacionar. Ele pode saber tudo o que você fez, como se tivesse praticado ontem, mas te ama como se nunca você houvesse errado. Isso é o que significa Deus esquecer!

Deus lembra, mas esquece, porque te ama!